18 Outubro 2023

O H2med posiciona-se como primeiro corredor de hidrogénio verde

● A operadora alemã OGE junta-se à Enagás, GRTgaz, REN e Teréga como promotora do H2med ● O contrato foi assinado durante o evento “H2med, um exemplo de cooperação energética europeia”, realizado na Embaixada de Espanha em Berlim ● O evento, em que participaram os representantes dos governos e dos ORT de Portugal, Espanha, França e Alemanha, assim como a Comissão Europeia e a indústria alemã, destacou o papel fundamental do H2Med em alcançar as metas do plano europeu REPowerEU da União Europeia

Berlim, 18 de outubro de 2023. O H2med posiciona-se como primeiro corredor de hidrogénio verde na Alemanha, como reafirmaram as autoridades, operadoras e indústria no evento “H2med, um exemplo de cooperação energética europeia”, organizado pelas Operadoras de Redes de Transporte (ORT) europeias envolvidas neste projeto.

A OGE, operador de rede de transporte alemão, assinou um memorando de entendimento com os ORT de Espanha (Enagás), França (GRTgaz e Teréga) e Portugal (REN) para promover o projeto de hidrogénio verde europeu H2med e o respetivo corredor. Este projeto, submetido a candidatura de Projeto de Interesse Comum (PIC) europeu em dezembro, inclui uma ligação entre Celorico da Beira em Portugal e Zamora em Espanha (CelZa), e uma ligação marítima entre Barcelona e Marselha (BarMar).

O apoio da OGE, assim como para as infraestruturas de transporte de hidrogénio associadas destes países, foi concretizado com a assinatura de um memorando de entendimento na Embaixada de Espanha na Alemanha durante o evento.

O evento foi inaugurado por Franziska Brantner, Secretária de Estado Parlamentar do Ministério Federal Alemão dos Assuntos Económicos e da Ação Climática; Mechthild Wörsdörfer, Diretora-Geral Adjunta da Energia da Comissão Europeia, Manuel García, Diretor-Geral de Política Energética e Minas do Ministério para a Transição Ecológica e Desafio Demográfico de Espanha, Ricardo Martínez, Embaixador de Espanha na Alemanha, François Delattre, Embaixador de França na Alemanha, e Francisco Ribeiro de Menezes, Embaixador de Portugal na Alemanha, entre outras autoridades.

Em representação dos Operadores de Redes de Transporte na mesa-redonda “Reforço conjunto do H2Med” estiveram o CEO da Enagás, Arturo Gonzalo, o Presidente e CEO da REN, Rodrigo Costa, o CEO da GRTgaz, Thierry Trouvé, o Presidente e CEO da Teréga, Dominique Mockly, e o Diretor Financeiro da OGE, Frank Reiners.

O Dr. Frank Reiners, CFO da OGE, declarou: “Um gasoduto de hidrogénio a ligar Portugal, Espanha, França e Alemanha representa mais do que apenas um corredor vital de importação de hidrogénio. Simboliza uma ponte poderosa para um futuro sustentável. Liga as regiões mais eficientes na produção de hidrogénio às regiões onde este é mais necessário, promove a colaboração internacional, aproveitando o potencial das energias limpas para permitir o progresso, e une os nossos países num desejo comum: alcançar o objetivo europeu da neutralidade climática até 2050.”

O CEO da Enagás, Arturo Gonzalo, afirmou que “a integração da OGE no H2Med é fundamental, pois significa que, além de contar com o apoio dos governos de Portugal, França, Espanha e Alemanha, os ORT dos quatro países trabalharão em conjunto para tornar o projeto uma realidade”. Arturo Gonzalo enfatizou também que “o evento de Berlim destacou a necessidade real do H2Med agregar a oferta e a procura de hidrogénio verde na Europa. Estamos a falar de cooperação, descarbonização e soberania energética para a Europa”.

Nas palavras do CEO da GRTgaz, Thierry Trouvé, “o H2Med representa uma iniciativa inovadora, sendo o primeiro projeto de um corredor de hidrogénio verde no mundo, unindo várias nações europeias. Este projeto representa o compromisso da Europa na criação de um mercado robusto de hidrogénio, destinado a descarbonizar quer a indústria quer a mobilidade no continente, assegurando um abastecimento interno fiável.

O Presidente e CEO da REN, Rodrigo Costa, sublinhou que “o projeto H2Med, que inclui as duas interligações entre Portugal e Espanha (CelZa), e entre Espanha e França (BarMar), é fundamental e crucial para o corredor verde de hidrogénio, que liga a zona mais ocidental da Europa continental ao centro e norte da Europa. Este projeto e as respetivas bases nacionais proporcionam uma rota para o hidrogénio competitivo, e contribuem para um mercado energético europeu mais integrado e independente, incorporando um novo vetor energético relevante para a descarbonização e transição energética da Europa, bem como um meio viável para a materialização da flexibilidade no acoplamento setorial com a eletricidade sob forte integração de renováveis.”

A este respeito, o Presidente e CEO da Teréga, Dominique Mockly, observou que “o H2Med não é apenas um projeto, mas uma ponte visionária para um futuro sustentável, concebido para impulsionar o progresso e a soberania energética em toda a Europa. Une regiões de produção competitiva de hidrogénio a áreas de elevada procura, promovendo a colaboração internacional e fazendo avançar a energia limpa para atingir o nosso objetivo comum: a meta europeia da neutralidade climática até 2050.”

Um acordo europeu

Durante o evento, os representantes da União Europeia e os governos da Alemanha, França e Espanha manifestaram o apoio ao desenvolvimento do H2Med enquanto primeiro corredor verde de grande escala que ligará a Península Ibérica ao noroeste da Europa, permitindo que o hidrogénio renovável seja transportado das áreas de produção para as áreas de maior consumo, também através das bases nacionais de hidrogénio associadas.

A Secretária de Estado Parlamentar do Ministério Federal Alemão dos Assuntos Económicos e da Ação Climática, Dr.ª. Franziska Brantner, sublinhou que “o hidrogénio verde está no centro da nossa estratégia de descarbonização na Alemanha. Tomámos medidas importantes para acelerar o desenvolvimento da rede nacional de base de hidrogénio (Kernnetz) e criar condições favoráveis a um arranque rápido e bem-sucedido do mercado. Apoiamos vivamente o desenvolvimento do Corredor Sudoeste com o H2Med e a sua extensão à Alemanha. Para tal, estamos a trabalhar com os nossos parceiros europeus no sentido de construir uma rede europeia de hidrogénio sustentável e inovadora.”

Em representação da Comissão Europeia, a Diretora-Geral Adjunta da Energia, Mechthild Wörsdörfer, salientou que “o hidrogénio é uma prioridade máxima para a União Europeia” e acrescentou que “necessitamos também da infraestrutura, que é um ponto-chave, uma grande prioridade para a Europa”.

Para o Diretor-Geral de Política Energética e Minas do Ministério para a Transição Ecológica e Desafio Demográfico de Espanha, Manuel García, “nenhum mercado é possível se não houver troca de bens e serviços; para que tal seja possível, necessitamos de infraestruturas transnacionais, como o projeto H2Med. O H2Med é o melhor exemplo de uma verdadeira cooperação energética europeia, e, quando estiver operacional, contribuirá para reforçar a nossa segurança energética e descarbonizar as nossas indústrias.”

Progresso no desenvolvimento do H2Med

O projeto H2Med e os projetos associados ao corredor de que faz parte já estão a ter um progresso positivo no processo de aquisição de qualificação enquanto Projeto de Interesse Comum Europeu (PIC).

A Comissão Europeia publicará a proposta de lista de PIC em novembro de 2023, que será confirmada no início de 2024 pelo Parlamento e pelo Conselho. A partir daí, os projetos serão elegíveis para receber fundos do CEF-E para os estudos e construção, o que permitirá acelerar os trabalhos para garantir o início da construção a partir de 2026 e a entrada em funcionamento em 2030.

Apoio da indústria alemã

A Alemanha está ativamente empenhada em desenvolver uma economia de hidrogénio. Até 2030, de acordo com a informação fornecida pela Alemanha à Comissão Europeia no contexto da seleção de Projetos de Interesse Comum, prevê-se que o consumo de hidrogénio, incluindo os respetivos derivados (amoníaco, metanol ou combustíveis sintéticos), atinja 130 TWh na Alemanha, dos quais entre 50% e 70% seriam abrangidos por importações de hidrogénio.

O H2Med transportará o hidrogénio verde produzido em Espanha e Portugal, abastecendo os países do noroeste da Europa, principalmente a Alemanha, até dois milhões de toneladas, o que representa 10% do objetivo de consumo total para a Europa fixado pelo plano REPowerEU.

O painel de discussão “A visão do mercado alemão do hidrogénio” contou com a presença do Diretor-Geral para a Estabilização Económica e Segurança Energética do Ministério Federal Alemão para os Assuntos Económicos e Energia, Dr. Philipp Steinberg, juntamente com o CEO da Thyssenkrupp, Miguel Ángel López Borrego, o CEO da Zukunft Gas e Presidente da Natural & bioGas Vehicle Association (NGVA), Timm Kehler, a CEO da Deutsche Energie-Agentur (Dena), Kristina Haverkamp, e o CEO da EWE AG, Stefan Dohler.

Acerca das empresas envolvidas:

A Enagás é um Operador de Rede de Transporte (ORT) com 50 anos de experiência no desenvolvimento, operação e manutenção de infraestruturas energéticas. Possui mais de 12 000 quilómetros de gasodutos, três instalações de armazenamento subterrâneo e oito instalações de regaseificação, sendo quatro propriedade integral da Enagás e nas outras quatro a empresa tem uma participação significativa. A empresa opera em oito países: Espanha, Estados Unidos, México, Peru, Alemanha, Albânia, Grécia e Itália. Em Espanha, é o gestor técnico do sistema de gás e o operador que promove a rede de base do hidrogénio. De acordo com o seu compromisso com a transição energética, a Enagás anunciou o objetivo de se tornar neutra em carbono até 2040, com um compromisso firme com a descarbonização e a promoção de gases renováveis, principalmente, o hidrogénio.

A GRTgaz é uma empresa líder europeia no transporte de gás e especialista mundial em sistemas de gás. Em França, a empresa opera mais de 20 000 milhas de gasodutos para transportar gás dos fornecedores até aos consumidores ligados à rede que gere, incluindo gestores de distribuição pública que servem municípios, centrais elétricas e mais de 700 instalações industriais. Com as subsidiárias Elengy, líder em serviços de terminais de GNL na Europa, e GRTgaz Deutschland, operadora da rede de transporte MEGAL na Alemanha, a GRTgaz desempenha um papel fundamental no panorama europeu das infraestruturas de gás. Exporta o respetivo know-how internacionalmente, em grande parte graças aos serviços desenvolvidos pelo próprio centro de investigação, o RICE (Research and Innovation Centre for Energy). A GRTgaz está empenhada em desenvolver uma infraestrutura de hidrogénio de acesso aberto em França no âmbito do European Hydrogen Backbone.

A OGE é uma das principais operadoras de redes de transporte da Europa. Com a nossa rede de cerca de 12 000 quilómetros de gasodutos, transportamos gás para toda a Alemanha e, tendo em conta a nossa localização geográfica, somos a ligação para os fluxos de gás no mercado único europeu. Os nossos cerca de 1450 colaboradores garantem a segurança do abastecimento. Disponibilizamos a nossa rede a todos os participantes no mercado numa base não discriminatória, transparente e orientada para o mercado. Moldamos o fornecimento de energia. Hoje e no cabaz energético do futuro. Para mais informações sobre a empresa, visite www.oge.net.

A REN – Gasodutos, S.A. é o ORT de gás português e faz parte da REN – Redes Energéticas Nacionais, SGPS, S.A., um grupo de empresas que integra o ORT de eletricidade português, assim como outras concessões de atividades de gás em Portugal, como o Terminal de GNL de Sines, o armazenamento subterrâneo e uma empresa de distribuição de gás. Para além da operação em Portugal, a REN também tem ativos de gás e rede elétrica no Chile e uma participação na central de Cahora Bassa, em Moçambique. A REN – Gasodutos, S.A. é responsável pelo planeamento, projeto, construção, operação e manutenção de mais de 1300 km de gasodutos de alta pressão em Portugal, e pela gestão do sistema nacional de gás.

A Teréga é especializada na operação e desenvolvimento de infraestruturas de transporte e armazenamento de gás no Sudoeste de França. A Teréga explora 5100 km de gasodutos e 24,5% da capacidade francesa de armazenamento de gás, bem como os pontos de interligação de gás entre França e Espanha. Atualmente, a Teréga continua a desenvolver soluções inovadoras para superar os grandes desafios energéticos enfrentados pela França e Europa, e, enquanto parte integrante, está ativamente envolvida em projetos ao serviço do desenvolvimento e implementação de futuras infraestruturas de hidrogénio.

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